A ausência de deputados estaduais tucanos na cerimônia de posse de
novos secretários do governo de Pernambuco, que marcou o ingresso do
PSDB na base aliada de Eduardo Campos (PSB), nessa sexta-feira,
escancarou o constrangimento dos parlamentares oposicionistas com a
aliança costurada pelo presidente estadual da legenda, deputado federal
Sérgio Guerra. A mudança de lado acabou rachando a sigla, tanto que o
deputado Betinho Gomes decidiu renunciar à secretaria-geral do partido,
acusando falta de diálogo por parte do presidente estadual.
Sérgio Guerra sentou na mesa de autoridades a apenas duas cadeiras de
distância de Eduardo Campos. Estava ao lado do vice-governador João
Lyra Neto (PSB) e do secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar. Nem na
chegada nem na saída, o presidente estadual do PSDB conversou com a
imprensa. No dia anterior, ele disse em entrevista a uma rádio local que
apontar o PSDB como partido de oposição “é conversa de babaca”.
Enquanto a cerimônia ocorria, os parlamentares tucanos recorreram às
redes sociais para externar seus descontentamentos. Em postagem no seu
perfil no Twitter, o deputado Betinho Gomes, até então secretário-geral
do PSDB-PE, ironizou as declarações de Sérgio Guerra: “Fiz oposição ao
governo estadual, fiscalizei o governo e nunca fui babaca! O que fizemos
na Alepe sempre teve o apoio e orientação do PSDB-PE, não fizemos nada
escondido”.
No mesmo dia, Betinho decidiu renunciar ao cargo de secretário-geral
do partido. “Em função da decisão do PSDB-PE de assumir uma óbvia
aliança com o PSB, mas que não contou com a devida consulta aos
dirigentes partidários, solicito o meu desligamento da função, voltando à
condição de mero filiado à sigla", escreveu, em nota enviado à direção
estadual.
Sérgio Guerra não atendeu às ligações da reportagem. Internamente, se
tem a leitura de que o gesto de Betinho está ligado a uma possível
insatisfação de Elias Gomes (prefeito de Jaboatão dos Guararapes), que
já teria externado o desejo de ser vice na chapa majoritária do PSB. Com
a ocupação de cargo no governo por tucanos, o PSDB já teria sido
contemplado pelo governador.
Daniel Coelho, que é líder da oposição na Assembleia Legislativa
(Alepe) há cerca de um ano, afirmou no Facebook que manterá sua postura
crítica e independente, mesmo durante a campanha. “Não vou subir no
palanque ou pedir votos para nenhum candidato apoiado pelo atual
governo. Meu compromisso é o de apoiar apenas a candidatura de Aécio
Neves à Presidência da República”, registrou.
Fonte: NE10
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