A BR-232 é uma das mais importantes rodovias federais em Pernambuco.
Ela interliga a capital, o Agreste e o Sertão do estado. Duplicada entre
2002 e 2005, a rodovia passou a ser ainda mais importante para o
desenvolvimento das cidades cortadas por ela. Passados sete anos da
duplicação, alguns problemas saltam aos olhos. Buracos e falta de
sinalização são recorrentes e atrapalham os motoristas.
No município de Moreno, no sentido Recife-Gravatá,
os primeiros buracos na estrada obrigam os motoristas a tomarem
cuidado, mesmo não sendo tão grandes. Também em Moreno, em alguns
trechos não existe mais a sinalização que separa a pista do acostamento,
o que é um perigo, principalmente à noite, por aumentar o risco de
acidentes.
Em Vitória de Santo Antão, numa das saídas da cidade para a BR, o
acesso está quase bloqueado por uma poça d’água que, com o tempo, virou
uma cratera. As placas de concreto estão rachadas em alguns pontos. Em
outros, elas foram recuperadas com asfalto, mas o peso dos carros já
está abrindo novos buracos. As placas de concreto foram usadas na BR-232
porque são mais resistentes. Entretanto, essa durabilidade passa
despercebida em vários trechos e, em vez de serem trocadas, as placas
recebem uma camada de asfalto, medida que funciona apenas como um
paliativo.
De acordo com o engenheiro civil e professor da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) Maurício Andrade, é preciso realizar um estudo sobre
os motivos de o concreto se desgastar tão rapidamente. "Um estudo deve
identificar porque isso acontece e dar uma solução, aí sim, definitiva",
aponta. "Essa é uma medida emergencial que tem vida útil muito curta. O
asfalto, uma camada assim muito esbelta, não pode ser muito alta, se
for alta faz um batente, e, com o tempo, vai se soltar. Um remendo como
esse não dura mais do que um ano", complementa Andrade.
O caminhoneiro José Furtado diz que passa pela BR-232 toda semana. Para
ele, o caminho está cada vez mais difícil. "As placas estão se
quebrando, tem muita trepidação, os carros se danificam muito", disse. O
comerciante Maviael Wanderley também se queixa dos trechos danificados
da BR. "Onde você vê é buraco aqui na estrada. O caminho todinho, lá de
Caruaru até Recife, está cheio de buraco. Fica ruim mesmo de trafegar na
BR desse jeito", lamenta.
No percurso de volta para o Recife,
a viagem é tranquila por boa parte do caminho. Os motoristas não
encontram grandes problemas e há operários fazendo um serviço de
tapa-buracos na pista.
Agreste
Entre Caruaru e Gravatá, a situação não é muito diferente. Por causa dos buracos, os motoristas têm prejuízos com os veículos. O motorista Flávio seguia de São José do Egito para o Recife quando teve a roda do carro danificada após cair num buraco, próximo à saída de Caruaru.
Entre Caruaru e Gravatá, a situação não é muito diferente. Por causa dos buracos, os motoristas têm prejuízos com os veículos. O motorista Flávio seguia de São José do Egito para o Recife quando teve a roda do carro danificada após cair num buraco, próximo à saída de Caruaru.
Também é grande o número de irregularidades no asfalto, como
ondulações, por exemplo, que podem causar instabilidade do veículo e
fazer o motorista perder o controle da direção. Muitos motoristas são
obrigados a passar pelo acostamento. Em alguns trechos da rodovia, os
motoristas não contam nem com acostamento. A falta de sinalização também
é constante, nos dois sentidos da BR. A placa que registra o km 74 está
toda enferrujada. Em outras placas, mal dá pra ver o limite de
velocidade por estarem tortas.
Na rodovia, são visíveis os vestígios de acidentes, como barreiras de
contenção destruídas pelo impacto das batidas e marcas de pneu no
asfalto. O trânsito de caminhões também é intenso e é comum ver pedações
da carroceria e pneus ao longo do trecho entre Caruaru e Gravatá. Numa
borracharia que fica às margens da 232, os mecânicos já perderam a conta
de quantos veículos e motoristas já passaram por aqui em busca de
ajuda. "Sempre chega aqui tanque furado, pneu furado, às vezes, estoura
cano de escape [...] O pessoal reclama muito dessa pista, que não tem
assistência", conta o mecânico Eronildo Pereira.
A BR-232 está sob responsabilidade do Departamento de Estradas e
Rodagem (DER), no trecho duplicado. O diretor de operações José Carlos
Antunes concorda que o tapa-buraco é apenas um paliativo e diz que
existe um projeto maior de recuperação da rodovia, mas ainda vai levar
tempo para que ele saia do papel. "A licitação dessa obra certamente só
ocorrerá em 2013, em função do desenvolvimento do projeto, que contempla
não só a reparação do pavimento. Quero crer que, tudo correndo bem, na
abertura do verão, já podem ser iniciadas. Isso depende muito também de
questões que extrapolam um pouco minha competência, de destinação de
recursos. Até porque é uma obra que deve girar em torno de R$ 90 a 110
milhões", esclarece.
A BR-232 sai do Recife e percorre 553 km até o entrocamento com a
BR-316, no município de Parnamirim, no Sertão. Ela está duplicada no
trecho até São Caetano, no Agreste.
Fonte: G1PE
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