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domingo, 2 de setembro de 2012

PIB avançou 2% nos 18 primeiros meses da gestão Dilma

Os efeitos da crise internacional fizeram a economia brasileira avançar 2% nos primeiros 18 meses do governo Dilma Rousseff. É a menor taxa de crescimento desde o início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), quando registrou alta de 1,6% e também sentia os reflexos de uma crise internacional e inflação em alta. Os números foram calculados pelo economista Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ.

Este um ano e meio de governo de Dilma também apresentou desempenho inferior quando comparado ao início dos dois mandatos da gestão liderada por Luiz Inácio Lula da Silva: no primeiro, a economia avançou 2,5%; e, no segundo, cresceu 6,2%.

"Os dados mostram o impacto da crise global no Brasil. Após a recuperação, entre o segundo trimestre de 2009 e o segundo trimestre de 2010, o país registra evidente tendência de queda. Isso mostra a ‘blindagem de papel crepom’ da economia brasileira. Todos os números estão caindo. A economia está vulnerável", afirma Gonçalves.

Indústria de transformação cai 1,2%

O economista compara ainda outros dados, além do PIB. Um exemplo, lembra, é o desempenho da indústria de transformação. Entre janeiro de 2011 e junho deste ano, o setor acumula queda de 1,2%. É o pior resultado desde o início governo Itamar Franco (1992-1994), destaca Gonçalves:

"No governo Lula, a indústria de transformação cresceu 4,6%, no primeiro mandato; e 5,9% no segundo. Apesar de o Brasil ter reservas, emprego e juros baixos,é preciso reformas estruturais no Brasil. Sem isso, não vamos conseguir avançar de forma contínua."

Robson Gonçalves, professor de macroeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Management, afirma que, desde o início do governo Lula, o dólar acumula uma desvalorização média de 40%. Com isso, diz ele, a indústria brasileira perde em competitividade, já que os produtos chegam mais caros no exterior, e sofre com a concorrência dos importados, a preços baixos no Brasil:

"A taxa de câmbio tem um papel importante na análise entre os governos Dilma e Lula. Lula, ao assumir, enfrentou os reflexos de uma crise de confiança que ele mesmo provocou nos mercados. Depois, até 2008, governou em um momento positivo, com crescimento internacional elevado e um avanço do comércio global, influenciado pelo avanço superior a 10% da China. Dilma, por outro lado, teve de lidar com a China crescendo menos, um comércio internacional menos pujante e o endividamento crescente das famílias brasileiras, reflexo da política de incentivo ao consumo feita por Lula no fim de seu segundo mandato."

Investimentos podem subir

Porém, economistas, acreditam que a partir de agora a economia brasileira tende a apresentar resultados melhores. Eles atribuem a perspectiva positiva ao fato de os juros básicos da economia, em 7,5% ao ano, estarem em seu menor patamar histórico, fazendo com que muitas famílias refinanciem suas dívidas e organizem seus orçamentos:

"O nível de endividamento começa a dar sinais de enfraquecimento. Como resultado, vamos ver os investimento subirem neste ano", diz Gonçalves.
Fonte: Diário de Pernambuco

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